Aeroporto de Campo Grande bate recorde, enquanto Três Lagoas segue sem voos comerciais

O Aeroporto Internacional de Campo Grande vive uma fase histórica. Só em maio deste ano, mais de 134 mil passageiros embarcaram ou desembarcaram na capital sul-mato-grossense, um aumento de 12% em relação ao mesmo mês de 2024. De janeiro a maio de 2025, o terminal já movimentou 652,7 mil pessoas — alta de 13,6% em comparação ao ano anterior e números próximos ao recorde histórico de 2014.
Na contramão desse avanço, o aeroporto de Três Lagoas continua fora da rota da aviação comercial. Há mais de um ano sem voos regulares, o terminal — que já operou voos diários para Campinas e São Paulo — hoje recebe apenas aeronaves particulares e operacionais.
Sem opções locais, os moradores e empresários de Três Lagoas precisam recorrer a aeroportos em cidades paulistas como Araçatuba, Presidente Prudente ou São José do Rio Preto. O deslocamento até esses destinos representa horas extras de viagem e aumento de custos, dificultando tanto o turismo quanto os negócios.
O contraste com o discurso do governo federal é evidente. Durante o lançamento das obras de ampliação do aeroporto de Campo Grande, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o setor vive uma forte retomada. “Superamos o recorde anterior de 2015. Isso mostra o fortalecimento da aviação brasileira e mais oportunidades para as pessoas”, declarou.
Mas, para cidades como Três Lagoas, essa realidade ainda está distante. Mesmo com destaque na produção industrial e crescimento econômico, a falta de voos comerciais representa um gargalo logístico, que atrasa o desenvolvimento regional e penaliza a população.
Enquanto Campo Grande projeta fechar 2025 com mais de 1,6 milhão de passageiros, em Três Lagoas a pista segue vazia — reflexo da centralização das rotas em grandes centros e da ausência de políticas que incentivem a aviação regional.
A esperança é que, com a retomada do setor aéreo, novas políticas públicas sejam implementadas para reativar aeroportos estratégicos do interior. Até lá, o asfalto e os trilhos seguem sendo as únicas rotas para quem precisa entrar ou sair de Três Lagoas.
COMENTÁRIOS