Café falso: risco real à saúde

As marcas Pingo Preto, Melissa e Oficial foram retiradas do mercado após análises laboratoriais identificarem a presença de Ocratoxina A, uma substância tóxica e potencialmente cancerígena. Os produtos eram comercializados como "mistura para preparo de bebida sabor café", mas continham, na verdade, resíduos como cascas e paus de café.
Desde 2021, o setor cafeeiro enfrenta instabilidade provocada por geadas e secas, o que elevou o preço do café em mais de 70%. Esse cenário abriu espaço para o surgimento de marcas oportunistas, que usavam embalagens semelhantes às de marcas reconhecidas para enganar o consumidor e oferecer produtos de qualidade duvidosa — e, como se comprovou, perigosos à saúde.
A Ocratoxina A é uma micotoxina produzida por fungos que contaminam grãos mal armazenados ou colhidos diretamente do solo. Por ser resistente ao calor e aos processos industriais, sua presença só pode ser evitada com boas práticas agrícolas, especialmente na colheita e na secagem do café.
Além da baixa qualidade dos ingredientes, a presença da toxina — proibida em países como Estados Unidos, Japão e boa parte da Europa — foi determinante para a proibição dessas marcas no Brasil.
O alerta permanece: leia sempre os rótulos, desconfie de preços excessivamente baixos e prefira marcas com procedência conhecida. A falsa economia pode trazer riscos sérios à saúde.
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