Israel inicia ofensiva terrestre para ocupar Cidade de Gaza

Israel anunciou nesta terça-feira (16) que iniciou uma ampla ofensiva terrestre na Cidade de Gaza, maior cidade da Faixa de Gaza e que o governo Netanyahu considera o último reduto do grupo terrorista Hamas no território.
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O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou em sua conta no X que "Gaza está em chamas" e que seu Exército está "atacando com punho de ferro" a estrutura terrorista para libertar reféns e derrotar o Hamas. "Não recuaremos e não desistiremos — até a conclusão da missão", disse Katz.
Um oficial militar israelense afirmou à agência de notícias Reuters que a parte principal da ofensiva contra a Cidade de Gaza começou e que as tropas de Israel estão avançando mais profundamente na cidade em direção ao centro. Antes disso, Israel fez durante cerca de um mês um cerco à cidade com bombardeios diários e a derrubada de dezenas de arranha-céus na região, que o governo Netanyahu acusava serem utilizados pelo Hamas.
O oficial israelense disse também à Reuters que a quantidade de tropas na região aumentará ao longo dos próximos dias e que o Exército israelense está preparado para manter as operações contra o Hamas pelo tempo que for necessário.
A ONU repudiou nesta terça a ampla ofensiva terrestre israelense na Cidade de Gaza. "Este massacre deve parar imediatamente. Peço a Israel que pare com sua destruição indiscriminada de Gaza", afirmou o Alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk. A agência da ONU para a infância disse ser "desumano" exigir que crianças tenham que evacuar a cidade.
Coluna de fumaça sobre Faixa de Gaza após ataque aéreo israelense em 16 de setembro de 2025.
REUTERS/Amir Cohen
A ofensiva terrestre ocorre após o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovar, no início de agosto, um plano para tomar toda a Faixa de Gaza, começando pela Cidade de Gaza, lar de cerca de um milhão de palestinos.
Testemunhas relataram que uma série de ataques aéreos foi lançada contra a Cidade de Gaza durante a noite desta segunda. Em seguida, tropas avançaram pela região. Milhares de moradores já deixaram a cidade após reiterados pedidos de evacuação emitidos por Israel. Militares israelenses estimam que 40% dos moradores já se deslocaram para o sul de Gaza.
A ofensiva terrestre começou um dia após uma reunião entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e Netanyahu. Segundo o site americano "Axios", fontes do governo israelense afirmaram que o presidente Donald Trump apoia a operação, desde que seja rápida.
Soldados e veículos blindados israelenses posicionados perto da fronteira de Israel com a Faixa de Gaza em 16 de setembro de 2025.
REUTERS/Amir Cohen
Na tarde desta segunda-feira, Trump declarou que recebeu informações de que o Hamas teria movido reféns mantidos em Gaza desde outubro de 2023 para a superfície, a fim de usá-los como "escudos humanos".
"Espero que os líderes do Hamas saibam no que estão se metendo se fizerem tal coisa. Esta é uma atrocidade humana, como poucas pessoas já viram", escreveu em uma rede social.
No domingo (14), a agência Reuters informou que ataques aéreos contra a Cidade de Gaza estavam se intensificando, com mais de 30 prédios residenciais destruídos. Parte da população também precisou deixar o local. As forças israelenses afirmam ter atingido alvos terroristas.
Israel já havia declarado que tinha planos de tomar a cidade para eliminar o que chamou de "último bastião" do Hamas. Cerca de 1 milhão de pessoas vivem na região.
Na semana passada, Israel também conduziu um ataque em Doha, no Catar, contra lideranças do Hamas. O país é um dos mediadores para um acordo de cessar-fogo. O bombardeio provocou uma crise na região e foi condenado por parte da comunidade internacional, incluindo a ONU.
A guerra entre Israel e o Hamas começou em outubro de 2023, após um ataque do grupo terrorista matar mais de 1,2 mil pessoas no sul do país. A ofensiva israelense já matou mais de 63 mil palestinos, a maioria civis, de acordo com autoridades locais de saúde.
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Palestinos inspecionam destroços de casas na Cidade de Gaza após ataque aéreo israelense em 16 de setembro de 2025.
REUTERS/Ebrahim Hajjaj
Ataque de Israel contra Gaza em 15 de setembro de 2025
AP Photo/Leo Correa
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