Diplomata morreu aos 100 anos nesta quarta-feira (29). Ariel Palácios fala sobre a importância de Henry Kissinger para a diplomacia americana
O diplomata americano Henry Kissinger morreu aos 100 anos. Ele foi secretário de Estado dos EUA nos governos dos presidentes Richard Nixon e Herald Ford. Kissinger recebeu o Nobel da Paz em 1973, pelas negociações de paz com o Vietnã. A informação é que ele morreu em casa, em Connecticut.
Ariel Palácios falou sobre a trajetória do diplomata americano: “Kissinger era um gênio da diplomacia mundial. E quando eu digo gênio, isso não quer dizer boa pessoa ou má pessoa, é como falar sobre Maquiavel. Eu me refiro a capacidade de manobras diplomáticas que deixariam Game of Thrones no chinelo, políticas que colaboraram por um lado para reduzir as chances de uma terceira guerra mundial. Mas para conseguir poder para os Estados Unidos, armou uma saraivada de golpes militares na América do sul, entre eles, ou do Chile, em 1973, e vários outros golpes na Ásia”, destaca Ariel.
Ariel Palácios: Kissinger foi um gênio da diplomacia mundial
Reprodução/TV Globo
Ariel ressalta também as críticas contra Kissinger:
“Na esquerda latino-americana e na direita nacionalista do Oriente médio sua imagem é de um criminoso de guerra, como um genocida. Ele prolongou o conflito no Vietnã e Camboja, mas devido à assinatura do cessar-fogo com o Vietnã do norte, obteve aquele polémico Nobel da Paz em 1973 foi uma das premiações mais controversas da história dos Nobel na China", afirma.
"No entanto, ele foi muito reverenciado, especialmente nos últimos tempos, por ter feito a aproximação inesperada entre Washington e Pequim, levando o presidente republicano Nixon para a China de de Mao Tsé-tung, que era o colosso comunista do Oriente. Muitos americanos ficaram horrorizados naquela época. Fazer as pazes com os comunas, com os vermelhos? Bom, mas o pragmático Kissinger considerava que isso era necessário para reduzir as tensões mundiais”, completa.